quarta-feira, 20 de maio de 2009

De onde deve vir a solução?



Para mim o caus nas escolas públicas do Brasil sempre foi motivo de indignação, até porque eu já estudei quatro anos em uma. E exclusivamente nessa semana a angustia foi maior ainda. Primeiro porque o programa Profissão Repórter da Rede Globo, um dos meus favoritos, transmitido toda terça-feira, mostrou o dia-a-dia dos alunos das escolas públicas da periferia de São Paulo, que não diferencia muito das escolas da Bahia. Depois porque a Junior Achievement, órgão do SEBRAE, no qual sou estagiaria de comunicação, tem a função de desenvolver trabalhos com estudantes de escolas da rede pública e particular do ensino médio e fundamental.


Excepcionalmente hoje, depois de já ter me comovido com a reportagem do Profissão Repórter ontem, eu fui escalada para ir até a escola Pedro Calmon no bairro da Boca do Rio, em Salvador, cobrir a aula promocional com o tema “Introdução ao Mundo dos Negócios”, para os alunos da 5ª serie. Foi uma experiência inenarrável, pude matar a saudade dos meus tempos de escola e me por no lugar dos meus ex-professores, quando pediam para a gente prestar atenção e aquela ordem parecia entrar em um ouvido e sair pelo outro.

Além do prazer de voltar à infância eu percebi a sensação de desorganização. Faltam professores que não recebem salários em dia, salas superlotadas, má estrutura familiar na vida pessoal de cada aluno, a merenda não é distribuída todos os dias e assim agrava o número de desistência dos alunos ou falta de atenção nas aulas. E o mais assustador foi poder ver claramente o modo de viver dos alunos, eles falam um palavrão atrás do outro, brigam aos murros, entram e saem da sala de aula e ninguém impõe limites.

Infelizmente foi essa a impressão que tive dos alunos, apesar de ter recebido o carinho de alguns e me encantado com outros. Infelizmente não sei dizer ainda no ponto de vista critico de quem é a culpa, talvez do governo mesmo, por sempre ter ouvido dizer que ele não libera verbas suficientes para a educação. Mas até agora não sei se vem dos alunos, dos pais, dos professores. Mas quem sabe a culpa seja de todo esse círculo.

2 comentários:

Noel Tavares disse...

Tá certo que cada um tem uma opinião, mas eu fico com o conjunto. Lembrando que o governo peca por não dar atenção devida a educação. Mas não podemos esquecer que a educação vem de casa e muitos dão corda aos filhos, assim os professores se sentem inoperantes diante desta situação.

Elaine Nascimento disse...

Mai, penso que tudo isso é um efeito dominó, uma coisa puxa outra. Mas realmente o que entristece é vê essas crianças com o futuro tão incerto na questão da educação.Porém fico alegre por saber que existem corporações como a que você estagia para tentar mudar um pouco da educação dessas crianças.
em tempo: gostei muito da maneira como narrou a sua erxperiência.

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